12 abril 2011

Felipe Pauluk

Talvez, ele merecesse a Terra do Nunca novamente. Talvez, quem sabe, possa voltar a ser um dos “meninos perdidos”, sem se preocupar com o porvir adulto, que hoje foi sentenciado a ter ciência de como é.  Desejar voltar a habitar a Terra aonde o seu governante vestia-se de trapos, usava um canivete de madeira e sentava-se na mesma mesa, para comerem todos juntos. Talvez hoje, quando disputa um lugar para apoiar o pé, dentro de uma condução empanturrada, seja digno da liberdade de retomar sensações infantes e saudosas. Digno de lembrar que, na sua vivência por lá, o único concorrente era um homem de uma mão somente e que vivia em um navio. Quem dera, ele poder voltar ao banquete, e quando hoje, ver o prato vazio poder saciar-se com refeição imaginaria e alimentar seus filhos com esta.  Porém, ele teve que arrumar suas malas, encher os bolsos de realidade e deixar a Terra do Nunca. Sendo assim, submeteu-se a conhecer um inimigo maior, de gancho invisível com proporção e poder diferente. E, quando ele tomou forma de homem, o gancho, ousando da força, passou como uma foice violenta em sua imaginação, varrendo o restante de menino perdido que se escondia por ali.

2 comentários:

  1. Nossa, agora que eu vi..
    Me perdoe...
    Muito obrigado pela homenagem...
    Lindo mesmo.
    Um bjão....
    Fico honrado

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  2. Compartilhar o que é belo. Tu és um artista, todos precisam ver sua arte! Tudo de bom! Bjs!

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