Eis o dia no calendário que só existiu depois de rabiscado, rasgado da parede do quarto, assim que você partiu...

Agora...

Nenhuma palavra  precisou ser dita quando olhei em seus olhos vi minha própria imagem refletida. Mas os olhos lacrimejados piscaram,  pela gota de lagrima minha imagem escorreu deixando a realidade, não mais era eu.

Azul giz de cera

O dia amanhece sem atrair, a noite cai e torna a cair. Sozinha poderia ser dois, para o resto o doce e o amargo... Nas partículas de liberdade a solidão era bem vinda. Fotos em preto e branco revelavam seu passado, seu presente era pardo.Os olhos viam poucas estrelas que a neblina insistia em apagar, o vento que cortava seu pensamento era o mesmo que o lacrimejava... Em meio ao abstrato a cor que lhe chamava a atenção vinha de um retrato, na figura escondida, a palavra: azul, azul giz de cera.

Foto: Marcela Dias

Ser Clara

Clara via o mundo de fora pelo lado de dentro, do mais alto, ao mais baixo, para centro. Ingratidão, paixão, devaneios, tudo se acalmava em receios. Sua compaixão lhe vinha em prece e com os olhos fechados, preenchida de amor sussurrou: L i b e r t e - s e!

Escolhas...

Mesmo cansado acabou se descobrindo afinado. Apagando seus rastros e toda bagunça no passado escolheu não ter mais que escolher, e se cada fato lhe viesse como um fardo então ele o olharia com o direito de querer ou não querer, passaria a esquecer..